Hoje em dia é crescente o número de pacientes que vem ao consultório dizendo serem portadoras do vírus do HPV, ou então, que possuem uma ferida ou uma mancha no colo do útero. A infecção pelo HPV é um assunto complexo, causando muitas dúvidas aos pacientes, assim como a muitos médicos. É comum as pacientes irem a diferentes profissionais e receberem orientações bastante distintas.

O HPV  (Papiloma Vírus Humano) é considerado uma DST (Doença Sexualmente Transmissível). Ao longo da vida sexual da mulher, é muito provável que ela venha a ter contato com diferentes tipos de HPV. Existem vários subtipos do mesmo, sendo classificados como de baixo ou alto risco para provocar câncer de colo do útero. Portanto, uma vez que ocorra a infecção, nem sempre surgirá uma lesão no colo do útero. Para que isso ocorra, é preciso que o vírus seja mais agressivo que as defesas da paciente em combatê-lo. Quer dizer, por muitas vezes, poderá ocorrer a contaminação pelo vírus, ele poderá ser detectado em exame preventivo de câncer do colo uterino (papanicolau), mas não causará lesões pré-câncer. Nestes casos, bastaria um seguimento mais frequente da paciente, através da combinação de coletas de preventivos e colposcopias (exame que visualiza o colo do útero com ampliação da imagem). Haverá uma tendência de a mulher acabar eliminando espontaneamente o vírus. Esta é a evolução mais frequente. ocorre que, muitas mulheres tiveram HPV há muitos anos e acham que seguirão sendo portadoras do vírus para sempre.

A prevenção da infecção pelo HPV deve ser feita através do uso do preservativo nas relações sexuais e, mais recentemente, pela vacinação. A idade da vacinação deve ser precoce. Está indicada em bula para mulheres dos nove aos vinte e seis anos de idade. A vacina tem eficácia em proteger quase 100% para os principais subtipos de HPV. Também já existe a indicação da vacinação de meninos. A vacinação masculina não somente diminuiria o número de meninas a serem contaminadas, mas também ajudaria a proteger os homens dos riscos de outros tipos de câncer também relacionados com o HPV. As lesões causadas pelo HPV na mulher são mais frequentes no colo do útero, vulva e vagina. Nestas últimas, costumam se manifestar como lesões verrucosas e aparentes (condilomas acuminados), sendo de menor potencial de malignização. Estas costumam ser tratadas com cauterização (geralmente química, com ácido) ou com creme aplicado pela paciente que irá modular as suas defesas. Já no colo do útero, são mais comuns as lesões planas. Algumas destas terão maior risco de evoluir para câncer. Nestes casos é comum a necessidade de biópsias e, por vezes, necessitando de tratamento cirúrgico (conização).

Costumo dizer às minhas pacientes que uma infecção por HPV é um assunto sério, porém, nem sempre grave. Mesmo para aquelas que já se vacinaram, deverão seguir fazendo as consultas rotineiras com o ginecologista. e, para aquelas, que querem fazer a vacina, tendo mais de 26 anos, também há trabalhos científicos que afirmam que esta pode ainda proteger, não havendo contra-indicações.

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